“Os
três estágios da mulher” (1894), de Edvard Munch, é um quadro pintado a óleo
onde vemos do lado esquerdo uma mulher loira em um vestido branco, carregando
flores e contemplando o mar, um reflexo de sua pureza imaculada. No centro da
pintura, encontramos uma mulher ruiva, nua e com os braços cruzados atrás da
cabeça, mostrando o lado sedutor e tentador de toda mulher. À direita, ainda
podemos observar, mais uma mulher, porém esta tem o rosto pálido e veste um
traje negro com os braços cruzados sobre o corpo. Separado pelo o que parece
ser um tronco de árvore, um homem, também pálido e vestido com roupas pretas,
dá a impressão de estar indo embora, carrega nas mãos o que seria um coração
que sangra abundantemente, despejando sobre a terra a seiva de onde nasceram
novas vidas. A pintura carrega uma
tristeza e melancolia, com a utilização predominante de cores escuras e um
traçado que não mostra inteiramente o rosto dos personagens.
“A Dança da vida” (1899/1900) é obra de
Edvard Munch pintada a óleo onde aparentemente está representado um baile à
beira-mar com casais dançando animadamente. Mas se observarmos melhor, vemos
que o quadro foi estruturado para ser lido de maneira que acompanhássemos o
traçar de uma letra M. À esquerda encontramos uma jovem mulher que parece estar
desacompanhada usando um vestido branco com detalhes amarelos. No centro da
imagem, um casal dança (ela vestindo vermelho, a cor do pecado e do prazer, e
ele de preto). Ainda é possível perceber que o vestido da mulher parece
envolver os pés do rapaz. No lado direito da figura, outra mulher, vestida de
preto, observa a cena dando a impressão de ser viúva. No plano secundário ainda
podemos observar diversos casais bailando, com as mulheres sempre de branco e
os homens de preto. Acabamos, por fim, compreendendo que não se trata de vários
casais, e sim, dos diversos estágios da vida. Representando a mulher da
puberdade à viuvez, o quadro passa pela sedução, paixão e tentação e chega até
a morte do homem, deixando a mulher sozinha, triste e melancólica.
“O dia seguinte” (1894/1895) é outra obra de
Munch, também pintada a óleo que mostra uma mulher deitada em uma cama
totalmente exausta após uma noite de orgia. Talvez, a ideia do pintor tenha
sido criticar a sociedade para a qual a mulher representada prestava serviços.
No quadro, vemos também como era a vida dessas mulheres: aparentemente,
repletas de festas, com muita bebida e sexo, mas que no dia seguinte mostrava o
quanto essa vida era sofrida e cansativa. Essa obra é considerada
expressionista, pois assim como a maioria das obras desse pintor, esta também
procura expressar a vida interior, ou seja, os sentimentos e a visão que as
pessoas têm do mundo, mostrando muitas vezes a dura realidade e não apenas as
sentimentos bons. O quadro se encontra exposto, assim como grande parte das
obras de Edvard, no Museu Munch, em Olso, Noruega.
“O grito” (1893) é uma das
obras mais famosas de Munch. A pintura a óleo mostra em seu primeiro plano um
corpo sinuoso e deformado – uma das características das obras expressionistas
-, cujo rosto apresenta um aspecto cadavérico. Ainda são mostrados, na pintura
uma ponte, na qual se encontram duas pessoas mal definidas do lado oposto ao
qual se encontra o personagem do primeiro plano. O céu é de um vermelho
alaranjado com tons amarelos, com traços que parecem ter movimento o céu se
transforma em mar com diversos tons de azuis, e sem possuir uma linha fixa que
delimita os dois. O quadro pode ter diversas interpretações, mas a principal
dela é o terror, espanto e ansiedade que o personagem transmite, algo que vem
de dentro e é expressado na pintura.
“Puberdade”
(1893) é uma obra pintada a óleo, mais uma vez do pintor norueguês, Edvard
Munch, representa um dos momentos mais importantes da vida das mulheres: a
transformação quando deixam de ser crianças e passam a ser mulheres. No quadro,
vemos uma adolescente nua, mostrando seu corpo ainda infantil, ou seja, sem
grande volume nos seios. Os braços magros curzam-se sobre a região vaginal,
como que a esconder o objeto de suas apreensões e medos, um local desconhecido.
O quadro mostra as incertezas que surgem nessa fase da vida de uma mulher,
expressando os temores destas em relação ao novo caminho desconhecido que surge
em suas vidas. Na obra, o pintor utiliza tons pastéis e traços imprecisos.
“Ao espelho” (1905), de Georges Rouault,
encontra-se atualmente no Museu de Nacional de Arte Moderna, em Paris. O quadro
pintado com aquarelas, assim como muitos quadros de sua época, nos mostra uma
prostituta, como podemos perceber através de suas características e os detalhes
de sua pouca vestimenta, despojada de qualquer encanto feminino e envolvida de
cores tristes. Rouault faz uma denuncia agressiva condição de vida dessas
mulheres. A pintura pode ser considerada expressionista, pois mostra a profunda
tristeza que emana do interior da mulher retratada, só de observarmos seu rosto
no espelho, podemos perceber a vida dura e sofrida que essa mulher leva.
Outro
quadro expressionista de Rouault é “O casal Poulot” (1905), pertencente a
Coleção Philippe Leclercq, Hem. Inspirado no romance La Femme Pauvre, de
Léon Bloy, Rouault tenta transmitir através dessa pintura, mais uma vez pintada
com aquarelas, o drama da pequena burguesia proletarizada e sua miséria no
final do século XIX. Os rostos mostrando expressões duras e um tanto disformes
representam a difícil vida que essa parte da população levava, mostrando certa
raiva e isolamento, pois o casal não parece estar junto, não parece haver algo
que os una. Na pintura há uma predominância da cor azul em tons marcantes.
“Crepúsculo” (1937/1938), de Rouault, foi
pintado com aquarelas e descreve, de uma forma idealizada, paisagens da
Palestina, ilustrando cenas do Novo Testamento da bíblia. Ao fazer esse quadro,
o autor parece buscar uma aproximação pessoal com o ambiente religioso. Podemos
perceber os traços expressionistas nos traçados grossos da pintura, nos rostos
disformes dos personagens bíblicos representados e nas linhas que se misturam
com a imagem, dando um ar um tanto abstrato a figura, ou seja, sem linhas
firmes que determinam o contorno das formas.
A obra de Rouault “Rosto de
Palhaço” (1948) se encontra atualmente exposta no Museum of Fine Arts, em
Boston, Estados Unidos. O retrato do palhaço assume no quadro deste pintor uma
projeção épica, mostrando que ao contrário do que o artista que é o palhaço
deixa transparecer, ele também sente dor. O pintor concentra sua atenção no
rosto do retratado, tentando captar de todas as formas possíveis essa dor,
através de suas tintas aquarelas. Os traços expressionistas estão presentes na
forma disforme e caricata que o rosto assume, com traços grosseiros e fortes,
expressando além da dor, certa raiva e angustia do palhaço.
Cena de rua em Berlim”
(1530), de George Grosz, mostra uma senhora vestida elegantemente fazendo-se de
arrogante para fazer charme ao homem com quem troca galanteios, os dois acabam
não reparando no velho que pede esmola na rua. Esta obra aquarela é uma
caricatura das condições sociais da Alemanha após a Primeira Guerra
Mundial. O artista ainda brinca com o
orgulho egoísta e a depravação das pessoas nesse período. A obra caricata
expressa a revolta do pintor diante de uma sociedade decadente e com uma moral
totalmente distorcida.
“Metrópole” (1917), de Grosz
busca a representação das mudanças que estavam ocorrendo em Berlim e outras
cidades da Europa, durante a Primeira Guerra Mundial. Com o vermelho dominando a obra, o artista
utilizada de figuras sobrepostas para transmitir o ritmo frenético da cidade,
mas ao contrário de muitos artistas, esse rápido crescimento da cidade não lhe
traz uma interpretação otimista, mas sim, uma experiência da guerra nos levará
a um estado de autodestruição e alienação do homem.
Na obra “A criança doente” (1885/1886), de um
dos maiores pintores expressionistas, Edvard Munch, podemos observar o leito de
uma garotinha repousada em um grande travesseiro branco, ao seu lado uma
senhora que mantém o rosto abaixado, mas que nessa forma mostra seu silencioso
desespero e tristeza pela morte da garota que parece inevitável. A menina, no
entanto, está com o rosto sereno, expressando uma paz acolhedora, mostrando que
já aceitou sua condição e está pronta para a morte. A obra pintada a óleo, traz
a expressão da dor e da plenitude, ambos sentimentos que vem de dentro do ser
humano e que são muito forte e profundos.
“O Velho
rei”, (1937), de Rouault está atualmente no Carnegie Institute, em Pittsbrugh,
Estados Unidos. Essa é uma das obras mais célebres e grandiosas do pintor, onde
ele retrata o antigo regime monárquico, através de um rei com expressões sérias
e autoritárias, com muitas joias e o que parecem ser roupas caras, mostrando o
quanto a monarquia monopolizava o poder e a riqueza nas mãos apenas de alguns,
principalmente nas mãos do rei. O quadro pintado a óleo. Assim, como “Rosto de Palhaço”, possui traços grossos e
cores fortes, parecidos com tantas outras obras do pintor.
“Pierrô Aristocrático”(1941), de Rouault, pertence à
Coleção Philippe Leclereq, Hem. Com tintas aquarelas seguras, o pintor sublinha
nos retratos dos clowns a farsa da vida humana que se apartou de Deus.
Com traços turvos e a representação do rosto de forma tanto caricata, o pintor
utiliza de modelos artísticos expressionistas para representar o que eram esses
populares palhaços, mostrando que eles também tinham seu lado sério e também
poderiam se sentir melancólicos.
“Separação” (1896), de Munch. Pintada a óleo a
obra mostra um homem e uma mulher de cabelos amarelos, mas com um rosto
aparentemente sem face, onde não se pode distinguir a boca ou os olhos. O homem
pintado com tons mais escuros, leva a mão direita ao peito, dando a impressão
de estar machucado, com o coração ferido e aos seus pés o que parece ser uma
planta, dando a ideia que desse sangue, essa dor que escorre do peito do homem
devido a separação faz nascer uma nova vida. Na obra, o pintor utilizou traços
imprecissos que se misturam criando outras imagens dentro da própria pintura
(como o vestido da mulher que parece formar a areia ao longo da praia).