segunda-feira, 30 de junho de 2014

Obras Expressionistas


“Os três estágios da mulher” (1894), de Edvard Munch, é um quadro pintado a óleo onde vemos do lado esquerdo uma mulher loira em um vestido branco, carregando flores e contemplando o mar, um reflexo de sua pureza imaculada. No centro da pintura, encontramos uma mulher ruiva, nua e com os braços cruzados atrás da cabeça, mostrando o lado sedutor e tentador de toda mulher. À direita, ainda podemos observar, mais uma mulher, porém esta tem o rosto pálido e veste um traje negro com os braços cruzados sobre o corpo. Separado pelo o que parece ser um tronco de árvore, um homem, também pálido e vestido com roupas pretas, dá a impressão de estar indo embora, carrega nas mãos o que seria um coração que sangra abundantemente, despejando sobre a terra a seiva de onde nasceram novas vidas.  A pintura carrega uma tristeza e melancolia, com a utilização predominante de cores escuras e um traçado que não mostra inteiramente o rosto dos personagens.

  “A Dança da vida” (1899/1900) é obra de Edvard Munch pintada a óleo onde aparentemente está representado um baile à beira-mar com casais dançando animadamente. Mas se observarmos melhor, vemos que o quadro foi estruturado para ser lido de maneira que acompanhássemos o traçar de uma letra M. À esquerda encontramos uma jovem mulher que parece estar desacompanhada usando um vestido branco com detalhes amarelos. No centro da imagem, um casal dança (ela vestindo vermelho, a cor do pecado e do prazer, e ele de preto). Ainda é possível perceber que o vestido da mulher parece envolver os pés do rapaz. No lado direito da figura, outra mulher, vestida de preto, observa a cena dando a impressão de ser viúva. No plano secundário ainda podemos observar diversos casais bailando, com as mulheres sempre de branco e os homens de preto. Acabamos, por fim, compreendendo que não se trata de vários casais, e sim, dos diversos estágios da vida. Representando a mulher da puberdade à viuvez, o quadro passa pela sedução, paixão e tentação e chega até a morte do homem, deixando a mulher sozinha, triste e melancólica.

            “O dia seguinte” (1894/1895) é outra obra de Munch, também pintada a óleo que mostra uma mulher deitada em uma cama totalmente exausta após uma noite de orgia. Talvez, a ideia do pintor tenha sido criticar a sociedade para a qual a mulher representada prestava serviços. No quadro, vemos também como era a vida dessas mulheres: aparentemente, repletas de festas, com muita bebida e sexo, mas que no dia seguinte mostrava o quanto essa vida era sofrida e cansativa. Essa obra é considerada expressionista, pois assim como a maioria das obras desse pintor, esta também procura expressar a vida interior, ou seja, os sentimentos e a visão que as pessoas têm do mundo, mostrando muitas vezes a dura realidade e não apenas as sentimentos bons. O quadro se encontra exposto, assim como grande parte das obras de Edvard, no Museu Munch, em Olso, Noruega. 

                “O grito” (1893) é uma das obras mais famosas de Munch. A pintura a óleo mostra em seu primeiro plano um corpo sinuoso e deformado – uma das características das obras expressionistas -, cujo rosto apresenta um aspecto cadavérico. Ainda são mostrados, na pintura uma ponte, na qual se encontram duas pessoas mal definidas do lado oposto ao qual se encontra o personagem do primeiro plano. O céu é de um vermelho alaranjado com tons amarelos, com traços que parecem ter movimento o céu se transforma em mar com diversos tons de azuis, e sem possuir uma linha fixa que delimita os dois. O quadro pode ter diversas interpretações, mas a principal dela é o terror, espanto e ansiedade que o personagem transmite, algo que vem de dentro e é expressado na pintura. 

“Puberdade” (1893) é uma obra pintada a óleo, mais uma vez do pintor norueguês, Edvard Munch, representa um dos momentos mais importantes da vida das mulheres: a transformação quando deixam de ser crianças e passam a ser mulheres. No quadro, vemos uma adolescente nua, mostrando seu corpo ainda infantil, ou seja, sem grande volume nos seios. Os braços magros curzam-se sobre a região vaginal, como que a esconder o objeto de suas apreensões e medos, um local desconhecido. O quadro mostra as incertezas que surgem nessa fase da vida de uma mulher, expressando os temores destas em relação ao novo caminho desconhecido que surge em suas vidas. Na obra, o pintor utiliza tons pastéis e traços imprecisos.

          “Ao espelho” (1905), de Georges Rouault, encontra-se atualmente no Museu de Nacional de Arte Moderna, em Paris. O quadro pintado com aquarelas, assim como muitos quadros de sua época, nos mostra uma prostituta, como podemos perceber através de suas características e os detalhes de sua pouca vestimenta, despojada de qualquer encanto feminino e envolvida de cores tristes. Rouault faz uma denuncia agressiva condição de vida dessas mulheres. A pintura pode ser considerada expressionista, pois mostra a profunda tristeza que emana do interior da mulher retratada, só de observarmos seu rosto no espelho, podemos perceber a vida dura e sofrida que essa mulher leva. 

Outro quadro expressionista de Rouault é “O casal Poulot” (1905), pertencente a Coleção Philippe Leclercq, Hem. Inspirado no romance La Femme Pauvre, de Léon Bloy, Rouault tenta transmitir através dessa pintura, mais uma vez pintada com aquarelas, o drama da pequena burguesia proletarizada e sua miséria no final do século XIX. Os rostos mostrando expressões duras e um tanto disformes representam a difícil vida que essa parte da população levava, mostrando certa raiva e isolamento, pois o casal não parece estar junto, não parece haver algo que os una. Na pintura há uma predominância da cor azul em tons marcantes. 

             “Crepúsculo” (1937/1938), de Rouault, foi pintado com aquarelas e descreve, de uma forma idealizada, paisagens da Palestina, ilustrando cenas do Novo Testamento da bíblia. Ao fazer esse quadro, o autor parece buscar uma aproximação pessoal com o ambiente religioso. Podemos perceber os traços expressionistas nos traçados grossos da pintura, nos rostos disformes dos personagens bíblicos representados e nas linhas que se misturam com a imagem, dando um ar um tanto abstrato a figura, ou seja, sem linhas firmes que determinam o contorno das formas.

           A obra de Rouault “Rosto de Palhaço” (1948) se encontra atualmente exposta no Museum of Fine Arts, em Boston, Estados Unidos. O retrato do palhaço assume no quadro deste pintor uma projeção épica, mostrando que ao contrário do que o artista que é o palhaço deixa transparecer, ele também sente dor. O pintor concentra sua atenção no rosto do retratado, tentando captar de todas as formas possíveis essa dor, através de suas tintas aquarelas. Os traços expressionistas estão presentes na forma disforme e caricata que o rosto assume, com traços grosseiros e fortes, expressando além da dor, certa raiva e angustia do palhaço.

   Cena de rua em Berlim” (1530), de George Grosz, mostra uma senhora vestida elegantemente fazendo-se de arrogante para fazer charme ao homem com quem troca galanteios, os dois acabam não reparando no velho que pede esmola na rua. Esta obra aquarela é uma caricatura das condições sociais da Alemanha após a Primeira Guerra Mundial.  O artista ainda brinca com o orgulho egoísta e a depravação das pessoas nesse período. A obra caricata expressa a revolta do pintor diante de uma sociedade decadente e com uma moral totalmente distorcida. 

    “Metrópole” (1917), de Grosz busca a representação das mudanças que estavam ocorrendo em Berlim e outras cidades da Europa, durante a Primeira Guerra Mundial.  Com o vermelho dominando a obra, o artista utilizada de figuras sobrepostas para transmitir o ritmo frenético da cidade, mas ao contrário de muitos artistas, esse rápido crescimento da cidade não lhe traz uma interpretação otimista, mas sim, uma experiência da guerra nos levará a um estado de autodestruição e alienação do homem. 
             Na obra “A criança doente” (1885/1886), de um dos maiores pintores expressionistas, Edvard Munch, podemos observar o leito de uma garotinha repousada em um grande travesseiro branco, ao seu lado uma senhora que mantém o rosto abaixado, mas que nessa forma mostra seu silencioso desespero e tristeza pela morte da garota que parece inevitável. A menina, no entanto, está com o rosto sereno, expressando uma paz acolhedora, mostrando que já aceitou sua condição e está pronta para a morte. A obra pintada a óleo, traz a expressão da dor e da plenitude, ambos sentimentos que vem de dentro do ser humano e que são muito forte e profundos.

       “O Velho rei”, (1937), de Rouault está atualmente no Carnegie Institute, em Pittsbrugh, Estados Unidos. Essa é uma das obras mais célebres e grandiosas do pintor, onde ele retrata o antigo regime monárquico, através de um rei com expressões sérias e autoritárias, com muitas joias e o que parecem ser roupas caras, mostrando o quanto a monarquia monopolizava o poder e a riqueza nas mãos apenas de alguns, principalmente nas mãos do rei. O quadro pintado a óleo. Assim, como “Rosto de Palhaço”, possui traços grossos e cores fortes, parecidos com tantas outras obras do pintor.

            “Pierrô Aristocrático”(1941), de Rouault, pertence à Coleção Philippe Leclereq, Hem. Com tintas aquarelas seguras, o pintor sublinha nos retratos dos clowns a farsa da vida humana que se apartou de Deus. Com traços turvos e a representação do rosto de forma tanto caricata, o pintor utiliza de modelos artísticos expressionistas para representar o que eram esses populares palhaços, mostrando que eles também tinham seu lado sério e também poderiam se sentir melancólicos.

        “Separação” (1896), de Munch. Pintada a óleo a obra mostra um homem e uma mulher de cabelos amarelos, mas com um rosto aparentemente sem face, onde não se pode distinguir a boca ou os olhos. O homem pintado com tons mais escuros, leva a mão direita ao peito, dando a impressão de estar machucado, com o coração ferido e aos seus pés o que parece ser uma planta, dando a ideia que desse sangue, essa dor que escorre do peito do homem devido a separação faz nascer uma nova vida. Na obra, o pintor utilizou traços imprecissos que se misturam criando outras imagens dentro da própria pintura (como o vestido da mulher que parece formar a areia ao longo da praia).


2 comentários: